
Araguaína (TO) — O Centro de Ciências Integradas (CCI) da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) deu início, nos dias 30 de junho e 1º de julho, ao segundo semestre letivo de dois cursos de licenciatura voltados à promoção da equidade na formação de professores da educação básica. As atividades inaugurais das turmas do Parfor-Equidade foram marcadas por momentos de acolhimento, falas institucionais e reflexões sobre os desafios e potencialidades da docência em contextos de diversidade.
Os cursos ofertados são a Licenciatura Intercultural Indígena em Matemática e Ciências da Natureza e a Segunda Licenciatura em Educação Especial Inclusiva, ambos voltados a professores em exercício na rede pública, com atenção especial à educação escolar indígena e à educação especial.
Formação intercultural: protagonismo indígena no ensino superior
A aula inaugural da Licenciatura Intercultural Indígena foi realizada na noite de 30 de junho e contou com a presença de autoridades da UFNT, entre elas o reitor Airton Sieben, o pró-reitor de Graduação Braz Batista Vas, a pró-reitora de Pesquisa Kênia Ferreira Rodrigues, o diretor do CCI Roberto Antero da Silva, a coordenadora institucional do Parfor Aline Campos e o coordenador do curso, professor Sinval Oliveira.
Na abertura, o estudante e liderança indígena Nelson Wakrawi Xerente deu as boas-vindas aos colegas e destacou a importância do curso como instrumento de fortalecimento dos povos originários e de valorização da presença indígena na universidade. Na sequência, a professora Elisângela Aparecida Pereira de Melo apresentou o processo de construção do curso, enfatizando sua estrutura baseada nas demandas específicas das comunidades indígenas e em uma proposta pedagógica contextualizada.
As falas institucionais reiteraram o compromisso da UFNT com o respeito à diversidade e à promoção de uma educação superior mais acessível e sensível às diferentes realidades socioculturais. O momento também foi marcado por depoimentos de estudantes sobre os desafios enfrentados, como a distância das aldeias, as barreiras linguísticas e as condições de permanência no ensino superior.
Educação Especial Inclusiva: desafios e avanços na promoção da inclusão
Na manhã do dia 1º de julho, foi realizada a aula inaugural da Segunda Licenciatura em Educação Especial Inclusiva. A mesa de abertura contou novamente com a participação de representantes da gestão superior da UFNT, da coordenação institucional do Parfor e da coordenadora do curso, professora Jane Darley Alves dos Santos.
O destaque da programação foi a palestra da professora Laila Cristiane Ribeiro da Silva, especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA), formadora de educadores e doutoranda em Cultura e Território pela UFNT. Em sua exposição, Laila abordou aspectos fundamentais para a compreensão do TEA e os desafios enfrentados no cotidiano escolar para garantir práticas pedagógicas verdadeiramente inclusivas.
A condução do evento foi realizada pela professora Thays Lavareda, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM/UFNT) e integrante do corpo docente do Parfor neste semestre. Especialista em neuroaprendizagem, Thays atua no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Araguaína e compartilhou experiências e estratégias aplicadas no contexto da educação especial.
Compromisso com a equidade na formação docente
Além de marcar o início do semestre letivo, os encontros representaram momentos simbólicos de acolhimento e reafirmação do papel transformador da educação. Os cursos ofertados pelo Parfor-Equidade — iniciativa apoiada pela CAPES, em parceria com a SECADI/MEC — buscam ampliar a formação docente com foco em áreas estratégicas para a garantia do direito à educação com qualidade, equidade e respeito à diversidade.
Os estudantes, em sua maioria professores em exercício, trazem à universidade vivências que enriquecem o processo formativo e contribuem para a construção de uma educação pública mais plural, inclusiva e comprometida com as realidades do país.