
A parceria internacional entre a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) e a Universidade Estadual de Tyumen (UTMN), da Rússia, ganhou repercussão internacional após o início das atividades da Estação de Pesquisa e Monitoramento de Mudanças Climáticas do Bico do Papagaio, que será instalada em Esperantina (TO), na confluência dos rios Tocantins e Araguaia — uma das regiões mais ricas e sensíveis do ecótono Amazônia-Cerrado.
Nos dias 8 e 9 de outubro, foi realizada a primeira expedição científica internacional “Bico do Papagaio: Biodiversidade, Ecótono e Mudanças Climáticas no Norte do Tocantins”, coordenada pelo Instituto de Inovação e Internacionalização da UFNT (Inova-In/UFNT), com a participação de pesquisadores brasileiros e russos. A ação contou com o apoio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Incra e Naturatins, além de outras instituições públicas e acadêmicas.
A parceria e os resultados da expedição foram noticiados no site oficial da Universidade Estadual de Tyumen (UTMN), que destacou o projeto como um dos marcos mais relevantes da cooperação científica entre o Brasil e a Rússia. Segundo a publicação, a Estação de Pesquisa será uma referência global em estudos sobre biodiversidade, mudanças climáticas e bioeconomia sustentável. Confira aqui: https://www.utmn.ru/news/stories/mezhdunarodnaya-deyatelnost/1324208/
O vice-reitor da UFNT, professor Nataniel da Vera-Cruz Gonçalves Araújo, destacou os resultados da missão. “A expedição foi um sucesso total, a primeira de muitas que virão. Iniciamos um projeto que proporcionará conhecimento científico relevante sobre essa região singular e estratégica para o Tocantins e para o mundo.”
O professor Freud Romão, um dos coordenadores do projeto, reforçou a importância dos resultados obtidos. “Catalogamos dezenas de espécies da fauna e flora locais e fortalecemos a rede de colaboração entre instituições nacionais e internacionais nas áreas das ciências da vida e ambientais.”
O Primeiro Vice-Reitor da Universidade de Tyumen, Andrey Tolstikov, ressaltou que o projeto representa um avanço significativo na cooperação entre os dois países. “A Universidade de Tyumen, com sua expertise em biologia do solo, genética e análise de biodiversidade, está se tornando parte da Amazônia. Essa cooperação une o que há de mais avançado em pesquisa russa e brasileira.”
A universidade russa também anunciou planos para oferecer programas de formação científica e ensino da língua russa para pesquisadores da UFNT. Já o reitor da Tyumen University, Ivan Romanchuk, afirmou que a instituição pretende contribuir para o desenvolvimento de modelos de bioeconomia sustentável baseados na biodiversidade amazônica, respeitando os direitos e saberes dos povos tradicionais.
O acordo de cooperação entre os dois países foi formalizado em maio de 2025, em Moscou, durante reunião entre os ministros da Ciência do Brasil, Luciana Santos, e da Rússia, Valery Falkov, e recentemente reafirmado durante a Cúpula do G20 na África do Sul, em diálogo entre representantes das duas nações.
