
Araguaína (TO) — O Instituto de Inovação e Internacionalização (Inova-In) da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) realizou, nesta terça-feira (29), uma reunião virtual com pesquisadores de diferentes instituições nacionais para discutir a contribuição da biopaleontologia e da palinologia no entendimento das mudanças climáticas na região de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado.
O encontro teve como objetivo principal articular uma cooperação científica voltada à futura Estação de Pesquisa e Monitoramento de Mudanças Climáticas do Bico do Papagaio, projeto desenvolvido em parceria com a Universidade Estatal de Tyumen (Rússia), no âmbito da internacionalização da UFNT.
Participaram da reunião os professores Freud Romão, diretor do Inova-In/UFNT; Lilyan Luizaga, coordenadora de Internacionalização do Inova-In; Tatiane Tavares, pesquisadora do Centro de Ciências Integradas (CCI/UFNT); Domingas Conceição, do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA); Etiene Fabbrin, da Universidade Federal do Tocantins (UFT); e Juan Carlos Cisneiros, da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Durante a apresentação, o professor Freud Romão detalhou o projeto da Estação, que abrigará pesquisas multidisciplinares em biodiversidade aquática e terrestre, sequestro de carbono e monitoramento de gases de efeito estufa. Um dos focos será avaliar os impactos das mudanças climáticas sobre populações do ecótono Amazônia-Cerrado, incluindo comunidades tradicionais, agricultores familiares e moradores que dependem diretamente dos recursos naturais da região.
“Os estudos em biopaleontologia podem trazer contribuições significativas e únicas para a compreensão das mudanças climáticas ao longo dos períodos geológicos. Ao investigarmos fósseis e registros polínicos, conseguimos projetar cenários mais robustos para o futuro desta região extremamente sensível às alterações do clima”, destacou Romão.
O grupo definiu a elaboração de um portfólio de pesquisa conjunta para levantar o potencial biopaleontológico do Bico do Papagaio, incluindo prospecções e estudos de palinologia — ciência que investiga grãos de pólen e esporos fossilizados — para reconstituir vegetação e clima do passado. Os pesquisadores concluíram que a integração entre paleontologia e monitoramento climático moderno representa uma fronteira científica.
Para a professora Lilyan Luizaga, a iniciativa reforça a sinergia entre instituições do Norte e Nordeste do Brasil, aliada a um parceiro internacional. “Essa união nos coloca na vanguarda do conhecimento sobre este bioma crucial”, afirmou.
A expectativa é que a Estação se consolide como polo de referência e atração para cientistas nacionais e estrangeiros, fortalecendo a UFNT como centro de excelência em pesquisas sobre mudanças climáticas e paleoecologia na Amazônia Legal.
Sobre o Inova-In/UFNT
O Instituto de Inovação e Internacionalização da UFNT tem como missão fomentar a pesquisa de ponta, a inovação tecnológica e a cooperação internacional, posicionando a universidade no cenário global do conhecimento.