Universidade Federal do Norte do Tocantins

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Educação Intercultural

Projeto da UFNT promove diálogo sobre representatividade e protagonismo indígena nas escolas de Tocantinópolis

Iniciativa integra o Componente Curricular de Extensão e estimula a valorização da história, cultura e intelectuais indígenas, contribuindo para o combate a estereótipos e para uma educação mais inclusiva.

publicado: 22/10/2025 10h56,
última modificação: 22/10/2025 11h04

Tocantinópolis (TO) — O curso de Pedagogia do Centro de Educação, Humanidades e Saúde (CEHS) da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) vem desenvolvendo, desde 2024, o projeto de extensão “Representatividade e protagonismo indígena no Brasil: para um novo diálogo com os povos indígenas nas escolas de Tocantinópolis-TO”, coordenado pelo professor Nonato Câncio no âmbito do Componente Curricular de Extensão (CCEx) Educação Escolar Indígena.

A iniciativa envolve estudantes da graduação em atividades extensionistas realizadas em escolas indígenas e urbanas do município, com o objetivo de fortalecer o ensino da história e da cultura indígena na educação básica, conforme estabelece a Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.

Por meio de diálogos, palestras e exposições sobre biografia, ativismo e representatividade de intelectuais indígenas brasileiros — como Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Gersen Baniwa, Raoni Metuktire, Sônia Guajajara e os mestres Apinajé —, o projeto busca desconstruir estereótipos e combater representações negativas sobre os povos indígenas, muitas vezes reproduzidas pela falta de conhecimento e pela influência de discursos midiáticos e econômicos que desvalorizam seus modos de vida.

De acordo com o professor Nonato Câncio, a proposta é promover uma formação crítica e sensível entre os futuros educadores, estimulando práticas pedagógicas que reconheçam o protagonismo indígena. “Acreditamos que compreender as lutas, saberes e contribuições dos povos originários é essencial para superar a invisibilidade étnica e construir uma educação verdadeiramente plural e descolonizadora”, destaca.

Para isso, os estudantes de Pedagogia recebem formação teórica e prática sobre a história, os desafios e as contribuições dos povos indígenas em diversas áreas — como educação, literatura, meio ambiente e política —, a fim de criar espaços de escuta e valorização dentro das escolas da rede municipal e estadual.

Em 2024, o projeto foi desenvolvido na Escola Estadual Indígena Tekator e nas escolas urbanas José Carneiro de Brito, Aldenora Alves Correia, Cristo Rei e Walfredo Costa Maia. Já em 2025, as ações foram realizadas na Aldeia São José, com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Escola Estadual Indígena Mãtyk, com apoio do diretor professor Cassiano Sotero Apinajé e de toda a equipe escolar.

O trabalho vem sendo amplamente reconhecido pelas comunidades escolares, tanto indígenas quanto urbanas, por contribuir para a construção de um ensino mais inclusivo, crítico e comprometido com o respeito à diversidade cultural e étnica.