
Araguaína (TO) — Nos dias 25 e 26 de abril, a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) realizou mais uma etapa do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Escolar Quilombola do Centro Norte Tocantinense, na Comunidade Quilombola Cocalinho, localizada no município de Santa Fé do Araguaia (TO). A atividade foi coordenada pela professora Vera Lúcia Caixeta, do Colegiado de História e do ProfHistória, e teve como foco os saberes tradicionais, práticas pedagógicas e as identidades quilombolas.
A formação integrou o módulo denominado “Tempo Universidade (T.U.)” e foi conduzida pelo professor Antônio Lucas Ferreira de Sousa. O curso é promovido pela UFNT, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEX), do Curso de História e do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saberes e Práticas Agroecológicas (NEUZA), em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins (Seduc-TO) e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC).
A programação teve início na sexta-feira (25), com a recepção de lideranças políticas, educacionais e comunitárias, seguida por uma apresentação cultural do grupo Lindô Mirim. Na sequência, a professora Izarete da Silva de Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades (PPGCULT/UFNT), proferiu a palestra “Corporeidades Ancestrais que ensinam e fortalecem a identidade Quilombola”. A noite foi encerrada com um jantar coletivo.
No sábado (26), as atividades começaram com um café da manhã, seguido de uma apresentação das Matriarcas da comunidade. A mesa de abertura contou com a presença da prefeita de Santa Fé do Araguaia, Vicença Vieira Dantas Lino; da secretária municipal de Educação, Maria do Espírito Santo; da assessora pedagógica da SRE–Araguaína, professora Francisca Verônica Feitosa; e da coordenadora do curso, professora Vera Lúcia Caixeta.
A aula do dia foi ministrada pelo professor Antônio Lucas, com ênfase na construção histórica do conceito de quilombo, no ensino de História da África e em uma oficina sobre a produção de jogos didáticos. À tarde, a professora Telma conduziu uma atividade de produção de saberes e colagens, seguida por uma reflexão coletiva sobre a Política Nacional de Educação Escolar Quilombola (PNEERQ).
Um dos momentos mais significativos da formação foi a visita guiada pela comunidade, com recepção no prédio da Associação local, caminhada até a rocinha, roda de conversa e uma visita à casa de Dona Dora, anciã reconhecida como referência na comunidade.
A programação foi encerrada com um jantar coletivo e uma noite cultural na praça da comunidade, com apresentações do Lindô adulto, pagode tradicional e música ao vivo, fortalecendo os vínculos entre universidade, poder público e comunidade quilombola.
Texto: Sheylene Alves