Augustinópolis (TO) – A Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex), marcou presença e reforçou seu compromisso com as comunidades tradicionais ao integrar o projeto “Defensorias nos Babaçuais”. A iniciativa, que visa oferecer atendimento jurídico integral e gratuito às mulheres quebradeiras de coco em quatro estados do Brasil, teve início hoje em Augustinópolis, no campus da Unitins, e conta com a UFNT como parceira fundamental.
Durante os três dias de programação no Tocantins, estão sendo realizados atendimentos individuais e coletivos com serviços jurídicos nas áreas previdenciária, trabalhista e eleitoral, além de atendimentos em saúde e cadastramento em programas sociais. O projeto também conta com a parceria do Ministério Público do Trabalho (MPT), Unitins, Prefeitura de Augustinópolis e outras instituições.
A etapa estadual no Tocantins segue até quinta-feira (25). Em outubro, será realizada a etapa regional, em Imperatriz (MA), reunindo quebradeiras de coco dos quatro estados participantes para debates, atendimentos e ações de fortalecimento da justiça social e climática.
A pró-reitora da Proex, Rejane Medeiro, que esteve presente à mesa de abertura do evento, expressou a satisfação da UFNT em compor esta importante rede de apoio. “A universidade, como parceira, tem a alegria de estar compondo este grande projeto. A pró-reitoria tem como escopo o trabalho junto às comunidades”, afirmou Medeiros, ressaltando a missão da instituição de atuar ativamente na sociedade. Ela ainda pontuou que as quebradeiras de coco babaçu são “doutoras de grandes saberes”, mencionando que uma delas, Maria do Socorro, é coautora de um artigo científico, evidenciando a riqueza do conhecimento tradicional. “Esse é um encontro para desenvolver experiências, vivências e afetos”, completou.
O projeto “Defensorias nos Babaçuais” é uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), por meio do Núcleo Especializado de Defensoria Pública Agrária e Ambiental (DPagra), e é realizado em conjunto com as Defensorias Públicas do Maranhão (DPE-MA), Pará (DPE-PA) e Piauí (DPE-PI), além do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). A ação tem como foco garantir não apenas o acesso à justiça, mas também construir atividades de educação em direitos focadas em justiça de gênero, territorial, climática e ambiental junto às participantes.
As ações do projeto estão alinhadas com as atividades preparatórias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) e com a campanha nacional “Justiça Climática é Justiça Social: Defensoria Pública por um Brasil mais sustentável, justo e igualitário”. Esse reconhecimento destaca a relevância das mulheres quebradeiras de coco na conservação ambiental e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Texto: Daianni Parreira, com informações da Comunicação da DPE-TO.