
Evento reuniu estudantes, professores e convidados em uma noite de poesia, dança e resistência cultural
No dia 17 de junho de 2025, a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) viveu um momento de rara beleza, sensibilidade e força ancestral com a realização do V Sarau Afro e Indígena – Onde as vozes ancestrais dançam em versos. Realizado no campus de Tocantinópolis, o evento reuniu estudantes, docentes, técnicos e membros da comunidade externa para uma noite de celebração à cultura afro-brasileira e indígena, marcada por apresentações artísticas, declamações, música, dança e oralidades.
O sarau, já consolidado no calendário cultural da Universidade, foi organizado por estudantes sob a orientação da professora Dra. Marilene Soares, com o apoio do coordenador do curso, professor Dr. Adriano Lopes, e do coordenador da biblioteca, José de Arimateia Ferreira. A atividade proporcionou um espaço de expressão identitária, valorizando a diversidade e reafirmando os saberes tradicionais como parte essencial do processo formativo. Além de celebrar a ancestralidade, o evento fortaleceu a luta por uma educação verdadeiramente inclusiva, crítica e comprometida com a escuta dos diferentes povos e culturas.
A programação teve início com um canto afro-brasileiro de chamada e resposta, acompanhado de expressões corporais que criaram uma atmosfera de acolhimento e conexão. Em seguida, os(as) estudantes performaram poemas de autores e autoras como Márcia Kambeba, Oliveira Silveira, Isabel Cristina, Ana Margarida Amado e Geni Guimarães, Juliana Costa, Isabel Cristina, Ana Margarida Amado, Cadu Oliveira, Antonio Vieira, etc. As leituras poéticas foram marcadas pela entrega e pela expressividade, transformando cada apresentação em um ato político, afetivo e artístico.

O ponto alto da noite foi a apresentação de danças tradicionais do povo indígena Xerente, conduzida pelo estudante Edivan Kreamzu Xerente , do curso de Educação Física, que compartilhou com o público saberes e expressões de sua cultura. Foram apresentadas as danças Sitme Dabba (Dança do Peixe), Dabba Sikuwa Snã (Dança da Estrela), Danipkra Dat Sartõ Snã (Dança da Paz) e Danem Snã Danna (Dança da Sucuri), todas realizadas com cantos em língua Akwê, movimentos circulares e rituais de conexão com a terra e com a ancestralidade.
Para a professora Dra. Marilene Soares, responsável pela ação, o sarau representa muito mais do que uma atividade cultural. Segundo ela, o evento “reafirma o compromisso da UFNT com uma educação inclusiva, plural e sensível às vozes dos povos originários e afrodescendentes”. Ainda de acordo com a docente, trata-se de um espaço de encontro entre saberes, de escuta do corpo e da palavra, e de valorização da arte como instrumento de transformação social.
“Ao final da noite, vimos versos e danças ecoarem como sementes de consciência crítica, estética e cidadã — fortalecendo, em cada estudante, os vínculos com suas raízes e com o propósito maior da Universidade: formar para a diversidade e para a liberdade”, destacou.
A noite foi marcada por apresentações potentes que emocionaram o público, revelando o protagonismo estudantil e a riqueza cultural dos territórios representados.

Texto: Professora Dra. Marilene Soares
Revisão e edição: Eveliny Jácome e Allex Duarte
Fotos: Thiago Pereira Sousa da Silva